quinta-feira, 29 de outubro de 2009

Não quero mais perguntas....


As músicas me bastam, as noites inconstantes me completam...e sinto uma tímida felicidade percorrer todo o meu corpo. O indecifrável prazer da existência compensa todo o sofrimento de existir.

Sobre o resto...esse é o fim do jogo.



(...) Não quero mais perguntas.... preciso de alguém que me proteja da chuva e dos pensamentos tolos. De alguém que queira pintar cada cômodo de uma cor diferente, de alguém que sente do meu lado e que me veja estudar...que estude também...preciso de alguém que me pegue no inglês e me leve pra ver a cidade, o mundo e o nascer do sol... Alguém que componha uma música com o meu nome, que me ligue de madrugada pra falar que teve um pesadelo, e que está com medo..

Alguém que me compre algodão doce e me abrace quando sentir que quero um abraço. Alguém que olhe nos meus olhos e diga que estou linda, mesmo depois de uma festa ou de manhã ao acordar. Preciso de um amor que goste de crianças...de gato, e de cantar.

Alguém que não duvide da vida ao meu lado, que goste de ler e de viajar. Que me ensine alguma coisa corriqueira, como consertar o chuveiro. Alguém que me queira com minha risada alta e meu temperamento confuso...

Alguém que me aceite com minhas sandálias 37 e minha versão do mundo. Preciso de alguém que me leve pra ver as montanhas e que me ajude a ver o mar. Alguém que me acaricie enquanto durmo e que deixe uma rosa pra cuidar de mim quando tiver que sair. Que me escreva cartas...que me fale coisas engraçadas...que sussurre meu nome quando eu estiver nervosa.

Que me olhe na alma e diga que me ama...e que vai me amar não só com as palavras, mas com o coração. Que pegue firme na minha mão e fale que de agora em diante nada mais importa...só nós dois. Que resgate em mim meu eu perdido, e se não houver, que me invente um.




Déia

O milagre da Vida


Que a felicidade seja a condição da vida...


Um dia fomos livres...um dia amamos o medo de amar...e isso nos fortaleceu. Algumas pessoas nos enfraquecem...mas muitas outras nos tornam mais fortes...
Déia

EU


Se for pra tudo misturar de novo, não quero mais. Se for pra tudo ficar apertado outra vez, não to afim. Se for pra perder a vontade, que o corpo vá junto. Se vc acha que a derrota não existe, então não comece a jogar. Eu não quero mais esse quarto, não quero mais essa sala, não quero mais a geladeira. Não quero ter que fazer tudo certo só pra referenciar alguém. Não tenho pra onde ir, mas não quero ficar. Não tenho paciência...não tenho ânimo...não consigo terminar a ponte que comecei a construir. Os dias me vivem, mas não consigo viver os dias. As frases sempre estão prontas, e já não me importo se não gostarem do que tenho pra falar. Já não me incomodo se os outros vão me interpretar errado. Uma pessoa, um universo.

Vou ficar parada. Talvez eu consiga passar despercebida. Agora entendo pq as pessoas dizem que não querem falar sobre isso ou aquilo. Já não quero falar sobre qualquer coisa que envolva qualquer um. Já não quero explicar o porque de nada...ou de tudo. Vou abrir a janela e fechar os olhos. Só quero sentir o que não pode me ferir. Só quero ser o que não vai me desgastar.

Estou cansada... me sinto desativada, desconsolada, desacordada. Sinto raiva, sinto dó, sinto amor, sinto calor, sinto sono. Fecho a cortina e me deito. Agora meus pensamentos serão meus sonhos, ou meus pesadelos...se eu conseguir. Já não penso em nada...só em acordar no outro dia.


Déia
Déia

Sentimentos e nada mais.


Me sinto estranha. Porque isso é estranho. Mas, não, não pareceu um sonho. Foi muito mais real do que eu imaginava que seria. Meus pensamentos agora vibram em outra direção. Existe alguém no mundo que é o suficiente para outra pessoa? Existe amor unilateral? Não sei, somos todos criaturas em estado de experimentações. Novas aventuras, novas viagens, e assim, a vida vai seguindo seu ritmo natural.
Se eu pudesse mudar alguma coisa, talvez mudaria a intensidade das coisas. Dei o meu máximo, em tudo, mas depois que passa fica a sensação de que não foi o bastante. Os erros sempre estiveram lá, e sempre estarão, o que faz a diferença é a importância que damos a eles. E agora, nesse instante, pra mim não faz tanto sentido me concentrar neles. O que quero é sentir o cheiro da chuva chegando, inventar educação para a mais mal humorada das pessoas, assistir o sol iluminar as coisas que nem sonhamos existir, perceber a magia que a música dá aos dias sempre iguais.
Me comportarei, já não penso em viver todas as coisas que vierem, aprendi a selecionar as formas de sentimento. Pode parecer irracional, mas é assim que vivemos, sempre interessados no interesse das pessoas que amam. Não vou chorar, não vou me sentir deslocada ou irrelevante, já encontrei meu lugar. Um lugar aconchegante, que, ainda que me custe mágoas, foi o melhor que consegui para o repouso da minha já incansada personalidade.


Déia

COMO BRILHAR


Perguntei ao sol

Qual o segredo

Para sempre iluminar

Ele respondeu

Perca o medo

Deixe seu coração falar

Perguntei a flor

Qual a magia

Para tudo perfumar

Ela respondeuSorria!

Só amor irá exalar

Perguntei a lua

Qual o mistério

Para o poeta inspirar

Ela disse baixinho

Aceite o brilho dos outros

Você também pode brilhar!


Déia

terça-feira, 21 de julho de 2009

Dia de Chuva


Hoje acordei insana. A tristeza me consumia e assim como eu, o dia também estava cinza. Permaneci mais tempo na cama e o sono logo bateu sobre mim. Por alguns instantes me senti leve, perdida no mundo dos sonhos e longe do turbilhão agitado do dia fora da minha mente.
Rodei a casa. Cômodo a cômodo em busca de algo que nem eu sabia do que se tratava. Um objeto? Um alguém? Falta de algo que não sabia identificar. Talvez algo que eu nunca tenha experimentado. A falta me deixava inquieta e não havia nada que eu pudesse fazer para tirar isso de mim.
Ouvi poemas, li músicas, conversei com imagens e ainda sim a falta desconhecida permanecia. Cantei, chorei, falei e gritei. Tudo que estava guardado foi exposto, aliviei meu ser e pensei em não morrer por ninguém. Tomei doses moderadas de uma alegria colorida. A chuva se formava do lado de fora e o céu enegrecia enquanto o meu ficava cada vez mais azul.
Finalmente, depois de quase um dia inteiro, a chuva deu o ar de sua graça. Caiu grossa e oblíqua sobre o chão de concreto cinza quente. Meus olhos brilharam. Encheram-se de uma molecagem infantil que queria aprontar algo nunca antes feito. Corri, abri portas e janelas. A chuva me chamava. 'Vem, vem!' - diziam suas gotas fortes.
Eu fui, corri para a rua, tomei banho de chuva. Ensopei-me toda de alegria. Um sorriso largo de criança exibia-se em meus lábios como há muito tempo não acontecia. Os pensamentos voaram longe. Meu sonho realizado. Sons, cores, frio. A falta revelou o que desejava. Desejava um vôo. Um quê inesperado de vida em plena tarde de quinta-feira cinza.
Molhei-me toda. Embriaguei-me de chuva e nela havia um pouco de você que nem sei quem é.
Adaptando palavras da Rita Lee, um belo dia ela resolveu mudar. Acordou diferente, sorriso maroto no rosto, aquele brilho sapeca no olhar e uma vontade louca de se aproveitar da criança que tem dentro de si. As idéias fervilhavam e o dia prometia ser inspirador... Brilho do sol tão forte que ofuscava a visão.
Catou um livro na estante. Clarice Lispector... Não importava o autor, queria profundidade! A mesma profundidade reconhecida em si própria e pouco aproveitada até então. Lá se pôs a escrever, criar incansavelmente... Imagens, letras, cores que enfim foram compondo um cenário mais do que importante da sua vida.
... Nasceu alí uma nova fase. Desde então ela prefere ser essa metamorfose ambulante no maior estilo Raulzinho. Pouco importa. Quem lê suas entrelinhas conhece o íntimo, do choro ao riso, da euforia à tristeza... ao Amor! Evolução visível.


"Quando me amei de verdade, desisti de ficar revivendo o passado e de me preocupar com o futuro. Agora, me mantenho no presente, que é onde a vida acontece.


Hoje vivo um dia de cada vez. Isso é…Plenitude."


(Atribuído à Chales Chaplin, mas provavelmente de Kim McMillen)


Déia

A Arte do Sentir



De tuas cores conheço pouco
Teus traços e teus desenhos
Tempo breve porém denso
Suficiente para gostar
Querer-te pra mim
E tu também queres assim
Teu muro já pichei
Minha voz já te mostrei
Ficou gravado pra sempre
Isso que tu diz e convence
Quem dera estivesses aqui: presente!
"Se lembra quando a gente chegou um dia a acreditar
Que tudo era pra sempre, sem saber, que o pra sempre
Sempre acaba..."


'Por Enquanto' - Renato Russo


Déia

Partida


Da partida...
Deixo-te ir
Desde que deixes aqui
Minha efêmera alegria
A parte pequena de mim que em ti havia

Que tu leves apenas as lembranças
Nossos momentos e esperanças
Aquele nosso jeito de criança
As músicas e nossa sonhada dança

Nosso momento passou
O ballet do nosso amor parou
E tanta coisa de nós aqui ficou

Um novo caminho começa
De nada adianta ter pressa
Deixa-me ir e então me sinto liberta


Déia

Sem Palavras e Nada Mais.



Sem palavras. Um aperto no peito, coração esmagado. Inquietação alegre-triste, tão incomum quanto o rir e chorar ao mesmo tempo. Não sabe ser-estar alegre ou triste, vive as duas coisas de maneira que lhe são estranhas. Não acostuma.
No exato momento de seu encontro com seus pensamentos confusos, ela chora. Suas lágrimas fluem como a correnteza de um rio. A noite que não estava fria faz o corpo dela tremer. Seria frio? Nervosismo. Está no auge do que consegue sentir em um momento único. Chora e sente ondas de tremor que invadem seu corpo como as batidas de um tambor..
Sente um enorme desejo de mergulhar em parte do que está sentindo. Arriscar sem medo do por vir. Jogar-se em direção ao incerto. Desconhecido. Livrar-se de parte do peso que ainda carrega sobre seus ombros doridos. Desconfundir-se. Mostrar-se. Valorizar-se. Milhões de possibilidades se jogam na mesa propondo as cartas do jogo que é sua vida.Rende-se às palavras.
De um lado silêncio, do outro, o amor. Confusão. Percebe-se mais nesses momentos. Enxerga suas diferenças, seu agir. Ela sabe. Ninguém mais precisa saber. Existe uma prece só sua. Desejos interiores e expectativas. Um punhado de sonhos em busca da realidade.
Sua desorganização diminui depois da euforia inicial. Cessar do choro. Invade-lhe uma alegria. Seu momento passou e agora resta que ela aproveite o que se foi em busca do que virá.
Liga o som. Coloca seu grito para fora e canta. Na música se refugia e cada nota é um pedaço de si que se recompõe. A madrugada avança. A tempestade passou. Ela dorme. Sim, amanhã é outro dia.


Ahowww
Déia

terça-feira, 5 de maio de 2009

Voando com as Borboletas.


Voando com as Borboletas


Difícil me definir, para me entender então,Será preciso falar das borboletas.E são inúmeras formas, cores, asas e flores.Esses fantásticos seres alados,Que carregam as respostas, de muitas perguntas.(...)Difícil me definir, complicado tentar me entender.Pois sou como as borboletas, para voar livre, liberta.Tenho que passar por dolorosas metamorfoses.E jamais desanimar e seguir a diante, voar.Embriagada pelo perfume das flores.Definir-me é assim, é ser Borboleta/Flor/Vôo/Perfume e Cor.Falar de mim é como perfumar, colorir.É pura magia, encanto e alegria, é brincar de poesia.



Déia

segunda-feira, 9 de março de 2009

EU MUDANÇAS INTERNAS.


Agora sim estou de bem comigo mesma, enceraram –se ciclos antigos, agora vou viver o aqui e agora, com alegria e muito amor.


Sempre é preciso saber quando uma etapa chega ao final...Se insistirmos em permanecer nela mais do que o tempo necessário, perdemos a alegria e o sentido das outras etapas que precisamos viver.Encerrando ciclos, fechando portas, terminando capítulos. Não importa o nome que damos, o que importa é deixar no passado os momentos da vida que já se acabaram.Foi despedida do trabalho? Terminou uma relação? Deixou a casa dos pais? Partiu para viver em outro país? A amizade tão longamente cultivada desapareceu sem explicações? Você pode passar muito tempo se perguntando por que isso aconteceu....Pode dizer para si mesmo que não dará mais um passo enquanto não entender as razões que levaram certas coisas, que eram tão importantes e sólidas em sua vida, serem subitamente transformadas em pó. Mas tal atitude será um desgaste imenso para todos: seus pais, seus amigos, seus filhos, seus irmãos, todos estarão encerrando capítulos, virando a folha, seguindo adiante, e todos sofrerão ao ver que você está parado. Ninguém pode estar ao mesmo tempo no presente e no passado, nem mesmo quando tentamos entender as coisas que acontecem conosco. O que passou não voltará: não podemos ser eternamente meninos, adolescentes tardios, filhos que se sentem culpados ou rancorosos com os pais, amantes que revivem noite e dia uma ligação com quem já foi embora e não tem a menor intenção de voltar. As coisas passam, e o melhor que fazemos é deixar que elas realmente possam ir embora...Por isso é tão importante (por mais doloroso que seja!) destruir recordações, mudar de casa, dar muitas coisas para orfanatos, vender ou doar os livros que tem. Tudo neste mundo visível é uma manifestação do mundo invisível, do que está acontecendo em nosso coração... e o desfazer-se de certas lembranças significa também abrir espaço para que outras tomem o seu lugar.Deixar ir embora. Soltar. Desprender-se. Ninguém está jogando nesta vida com cartas marcadas, portanto às vezes ganhamos, e às vezes perdemos.Não espere que devolvam algo, não espere que reconheçam seu esforço, que descubram seu gênio, que entendam seu amor. Pare de ligar sua televisão emocional e assistir sempre ao mesmo programa, que mostra como você sofreu com determinada perda: isso o estará apenas envenenando, e nada mais. Não há nada mais perigoso que rompimentos amorosos que não são aceitos, promessas de emprego que não têm data marcada para começar, decisões que sempre são adiadas em nome do "momento ideal". Antes de começar um capítulo novo, é preciso terminar o antigo: diga a si mesmo que o que passou, jamais voltará!Lembre-se de que houve uma época em que podia viver sem aquilo, sem aquela pessoa - nada é insubstituível, um hábito não é uma necessidade.Pode parecer óbvio, pode mesmo ser difícil, mas é muito importante.Encerrando ciclos. Não por causa do orgulho, por incapacidade, ou por soberba, mas porque simplesmente aquilo já não se encaixa mais na sua vida.Feche a porta, mude o disco, limpe a casa, sacuda a poeira. Deixe de ser quem era, e se transforme em quem é. Torna-te uma pessoa melhor e assegura-te de que sabes bem quem és tu próprio, antes de conheceres alguém e de esperares que ele veja quem tu és..


E lembra-te:


"Tudo o que chega, chega sempre por alguma razão."


Andréa Filha da Terra.

Flauta Mágica


Ouvi o som da flauta mágica
Deixei-me ser levada por ele.
Adentrei por um caminho nunca antes revelado.
Era uma estrada rosada,
Na qual lindos seixos brilhavam
Em cada lateral, árvores frondosas e pomposas
Refrescavam o caminho com suas sombras bondosas.

A brisa passava por mim
Trazendo um frescor que invadia os meus poros
E acariciava minha alma.
Borboletas de todas as cores bailavam,
O colorido esplendoroso que meus olhos viam
Deixavam minha alma extasiada.

Só então me dei conta
Que adentrava à floresta encantada,
Onde tudo é possível acontecer.

E o som da flauta me carregava,
E ao som da flauta eu flutuava,
E a floresta inteira me sugava.

Cada vez mais, aquilo tudo me fascinava.
Intenso era o prazer que minh’alma desfrutava.
Até que após uma curva, sentado numa pedra, avistei
Um flautista compenetrado.

Ele nem notou a minha presença e eu pude assim desfrutar
Da magia da melodia
E, depois de algum tempo, retornar
Saciada, embevecida e curada.

Sem em nada mexer,
Sem em nada tocar,
Sem nada tirar do lugar,
Sem ao menos me fazer notar.


Andréa Filha da Terra